A VANGUARDA NO JAZZ - O FREE JAZZ

Aluno- Giovanni Nogueira Mendes

Professor- Palombine


FREE JAZZ

 

O “Free Jazz” é uma corrente musical de vanguarda do Jazz que nasceu nos anos cinqüenta e se desenvolveu até meados dos anos sessenta. É posterior ao Be Bop, outro movimento de vanguarda no Jazz que surgiu em Nova York no início dos anos 40. Caracterizado por harmonias complexas e uso de dissonâncias nos temas e nos improvisos, bastante extensos e fraseados. O saxofonista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Guillespie foram os maiores divulgadores do Bee bop.

Os músicos precursores do Free Jazz queriam expandir os limites da improvisação, que foi bastante explorada no período do Be Bop. Neste estilo se improvisava depois de exposta a melodia e a harmonia, mas sem fugir da seqüência de acordes na qual foi composta a música. Porém no Free Jazz, os músicos queriam ficar mais livres na improvisação, e para isso não obedeciam à seqüência harmônica e rítmica na qual havia sido composta a música. A composição era uma idéia melódica que depois de exposta, o conceito do Free Jazz – harmonia, ritmo e improviso coletivo totalmente livre- começava a ser colocado em prática. Os improvisos chegavam a durar cerca de quarenta minutos por cada tema apresentado.

Um dos maiores representantes e precursor do Free Jazz foi o saxofonista americano Ornette Colleman que afirmou, “não existe maneira correta de tocar Jazz, relacionando uma nota com um acorde tradicional limita-se a escolha da nota seguinte.” Ornette Colleman começou a desenvolver essa nova tendência no Jazz com um grupo de jovens instrumentistas que foram convidados a participar dessa “improvisação coletiva”.

Eles se encontravam diariamente e tocavam horas com total ruptura das regras escritas da “forma” Jazzística que limitavam os músicos aos padrões pré-estabelecidos. O grupo era formado por um quarteto composto de sax tenor, sax barítono, contrabaixo e bateria. O grupo não tinha instrumento harmônico o que facilitava a ruptura com a tonalidade.

Outro músico que merece destaque no cenário do Free Jazz é o pianista Cecil Taylor – da Costa Oeste dos USA-. Ele foi o primeiro músico a gravar um disco de Free Jazz em 1955 com o título de Jazz Advance. Embora tenha sido os discos de Ornette Coleman que na década de sessenta causaram mais polêmicas e discussões no ambiente jazzístico, principalmente aquele intitulado em “Free Jazz” – uma improvisação coletiva de dois quartetos de 36 minutos e vinte e três segundos. A partir do lançamento deste disco, importantes músicos de Jazz tais como Coltrane, Sonny Rollins e Gil Evans aderiram a nova corrente lançada por Ornette Coleman.

“Em sessenta e cinco foram lançados os primeiros discos pela gravadora ESP, dedicada à documentação de tudo que existia no já extenso campo do Free Jazz”. Até sessenta e oito gravou cerca de quarenta micro-sulcos dedicados a esta música. Neste mesmo ano Coltrane gravou “Ascension”, profissão de fé daquela música. Em sessenta e quatro sessenta e cinco foram gravados inúmeros temas de Free Jazz, através das gravadoras ESP, Impulse , Blue Note e Vortex. Enquanto isso graças ao escritor Leroy Jones, anova música ficou ligada também ao mundo intelectual norte americano” (The Jazz Master, 1990).

Comparando o Jazz tradicional com o Free Jazz temos as seguintes características:

Jazz tradicional segundo Don Hecman (The Jazz Master, 1990)

  • Improvisação

  • Uma sólida base rítmica

  • A improvisação é feita sobre algo.

Free Jazz, segundo Joachim E. Berendt (The Jazz Master, 1990)

  • Atonalidade

  • Nova concepção do ritmo

  • Irrupção da música mundial

  • Acentuação dos momentos de intensidade

  • Ampliação do som musical pelo ruído

 

Felizmente, o Free Jazz não é um estilo rígido e nele cabem desde Ornette Coleman, com sua musica atonal e cheia de ruídos, até Keith Jarret, no disco “In Concert” gravado em Colônia, onde esbanja serenidade e elegância.

O Free Jazz recebeu outros rótulos como, New Wave e New Thing. Neste sentido, o Free Jazz tem uma grande quantidade de interpretes e diferentes estilos individuais que estão mais de acordo em uma estética que uma idéia em comum. Muitos deles recusam a etiqueta de Free Jazz. “Quando Ornette e eu chegamos a Nova York” , afirma com sinceridade o contrabaixista Charlie Haden “só queríamos tocar Jazz, foram os críticos que puseram o nome” (Jazz, Ken Burn 1998).

BIBLIOGRAFIA

 

DAVID, Jazz Para Principiantes. Editora Objetiva LTDA: Rio de Janeiro, 1995

PILAR, M. The Jazz Máster. Ediciones Folio, S.A: Barcelona, 1990

STERNS, M. A História do Jazz. Martins Editora: São Paulo, 1988

TERKELL, S. Gigantes do Jazz. Editora Lidador: Rio de Janeiro, 1965

TIRRO, F. Jazz a History. W.W. Norton & Company: Toronto, 1977

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