MILES DAVIS (Trompetista, compositor e band-leader)

Nascimento: 25/05/ 1926 em Alton, Illinois
Falecimento: 1991

Filho de uma família de classe média, seu pai era dentista e sua mãe professora de música. Miles começou a estudar trompete aos doze anos de idade e fazia espetáculos junto com seus dois irmãos, Dorathy, que tocava piano, e Vernon, que dançava para as visitas que freqüentavam sua casa. Sua primeira banda foi a Eddie Randle’s Blue Devils. Aos 17 anos viu o trompetista Dizzy Gillespie e o saxofonista Charlie Parker tocarem em um show na cidade onde morava com a família em St. Louis, acompanhando a big band de Billy Eckstine. Ele então acabara de descobrir como e com quem queria tocar.

Com a saída de em dos trompetistas da banda de Eckstine, Miles conseguiu a vaga e teve a oportunidade de tocar por duas semanas com seus ídolos Parker e Dizzy. Em 1944 mudou-se para Nova York para estudar música na famosa Julliard School (onde aprofundou seus conhecimentos de teoria, harmonia e música clássica) e ficar mais próximo de seus ídolos e da nova música que estava acontecendo por lá, o Bebop. Miles começou a freqüentar o Minton’s e a trabalhar como sideman de Parker, apesar de não estar preparado tecnicamente para tocar o Bebop.

Depois de trabalhar durante cinco anos em Nova York como sideman de vários músicos, Miles grava o disco “Birth of Cool”, em que apresentou o Cool Jazz (uma reação ao virtuosismo e celebralismo do Bebop), com arranjos e participações de vários músicos importantes do cenário jazzístico, como Gerry Mulligan, Gil Evans, John Lewis, Lee Konitz, entre outros. No mesmo ano, vai para Paris com a banda do arranjador e pianista Tadd Dameron. Lá, foi muito bem recebido, o que não acontecia na América altamente racista, e teve a oportunidade de freqüentar o meio intelectual, onde conheceu Juliette Greco (intelectual francesa com quem teve um caso). De volta a Nova York e à realidade racista que proporcionava aquela cidade, mergulhou fundo nas drogas e ficou viciado em heroína. Teve anos muito difíceis entre 1950 a 1953, e mesmo assim produziu vários discos para a gravadora Prestige. Em 1955, dá a volta por cima, assina um contrato com a gravadora Columbia e lança uma série de grandes álbuns: “Round Midnight”, “Miles Ahead”, “Milestones” e “Kind of Blue” (com o qual da início ao modalismo no Jazz).

Nos anos 60 contribui com vários grandes discos e inovações e experimentalismo no Jazz. Gravou os discos “Miles Smiles”, “E.S.P” e “Files de Kilimanjaro”, em que aderiu a uma nova corrente, o “Free Jazz”, com a participação de jovens intrumentistas que iriam formar o novo cenário jazzístico: Herbie Hancock (piano), Ron Carter (contrabaixo), Tony Williams (bateria) e Wayne Shorter (sax). Nessa mesma década, se inicia uma nova revolução no cenário jazzístico, encabeçada por Miles, com a inclusão de instrumentos eletrônicos e o início do que seria chamado de Fusion (a fusão do jazz com outros gêneros musicais) inspirada pelo funk de James Brown e Sly Stone e pela guitarra e a revolução sonora de Jimi Hendrix (a quem Miles coniderava o maior astro negro da América). Miles lança os discos “In a Silent Way” (1968) e “Bitches Brew” (1969), com músicas compostas em cima de grooves de baixo e bateria, sem um tema definido.

Em 1972 grava o disco “On The Corner”, que funde funk, jazz e música indiana - sua cultura jazzística, a cultura indiana e a européia com grooves de baixo e bateria. Entre 1975 a 1980, é obrigado a parar por problemas de saúde e drogas. Ao voltar começa a gravar discos mais comerciais e pop como “You’re Under Arrest”, no qual gravou o hit de Cindy Lauper, “Time After Time”. Após 30 anos de Columbia, assina um contrato com a Warner e começa uma nova revolução tecnológica, com o baixista Marcus Miller programando todas as bases (grooves) dos discos “Tutu” (86) e “Amandla”. Em 1991,  pouco antes de morrer gravou o disco Doo-Boop com o rapper Easy Mo Bee, fundindo o jazz com o rap, algo bastante imitado na década de 90.

Miles faleceu em 28 de setembro de 1991, de pneumonia, colapso respiratório e derrame. Viveu intensamente 65 anos e participou de quase todos os movimentos de vanguarda no jazz; era excêntrico no vestir e no modo de agir, acompanhado quase sempre de muitas mulheres e drogas pesadas. Se estive ainda vivo provavelmente estaria fazendo alguma revolução no cenário jazzístico.  

Contribuições de Miles para o Jazz
Criando um influente e original estilo de tocar trompete no jazz moderno como:
a.Uma escura e leve sonoridade no trompete, comparado com seus contemporâneos
b.Variedade rítmica e valorização das pausas
c.Refinamento na concepção harmônica no bop
d.Solos mais melódicos do que seus contemporâneos do bop   
Organizando bandas e gravações de pelo menos cinco evoluções do Jazz moderno (Cool, Modal, Modern Big Band, Pós-bop combos e Jazz Rock)
Escrevendo  várias composições que viraram standards de Jazz
Popularizando o uso do fluegelhorn e da surdina.

Discografia Básica

Birth of Cool – Capitol
O disco contém onze faixas do noneto que atuou entre 1949 – 50 liderado por Miles Davis, que mudou radicalmente a linguagem Bop em alta naquela época, para uma concepção mais sutil e de elaborados arranjos nomeada Cool Jazz. Os improvisos são mais curtos sobre uma textura harmônica densa, cheia de semitons e suaves dissonâncias, com uso de instrumentos poucos usuais no Jazz, como a tuba e corne francês. Contribuiram os compositores e arranjadores Gerry Mulligan (Jeru, God-Child, Venus de Milo e Rocker), John Carisi (Israel), John Lewis (Rouge e Move), Gil Evans (Boplicity e Moon Dreams) e Davis (Deception e Budo). Os principais solistas do noneto eram Lee Konitz (sax), Mulligan (sax barítono) e Lewis (piano).

Relaxin’- Prestige
O quarteto de 1956  com John Coltrane (sax), Red Gardland (piano), Paul Chambers (baixo), Philly Joe Jones (bateria) gerou uma série de quatro albuns para a gravadora Prestige que consagraram definitivamente o instrumentista Miles Davis: “Walkin’”, “Steamin’”, “Cookin’” e “Relaxin’”. Este último é o mais característico do estilo pungente de Miles na época, com baladas em tempos diversos (If I Were a Bell e I Could Write a Book), além de temas bop, como Oleo (Sonny  Rollins) e Woody n’You (Gillespie)

Miles Ahead – Columbia
A mais importante colaboração da dupla Miles e Gil Evans (1957), com Davis pontificando sobre a orquestra de 19 músicos em 9 temas. Além da faixa título Miles Ahead (Davis e Evans) destacam-se Springville (Carisi), The Duke (Dave Brubeck) e New Rumba (Ahmad Jamal).

Kind of Blue – Columbia
Considerado um dos mais importantes discos do jazz moderno, foi gravado entre 2 de março e 22 de abril de 1958. Esse disco dá início ao modalismo no jazz. Foram gravadas cinco faixas, “So What”, “Freddie Freeloader”, “Blue in Green”, “All Blues” e “Flamenco Sketches”, com Miles no trompete, Cannonball Adderly no sax alto, Coltrane no sax tenor, Bill Evans no piano, Paul Chambers no baixo e Jimmy Cobb na bateria.

Miles Smiles – Columbia
É um dos discos mais importantes do quinteto “modal” de 1964-68, formado por Wayne Shorter no sax, Herbie Hancock no piano, Ron Carter no baixo e Tonny Williams na bateria. Inclui as gravações “Orbits”, “Dolores” e “Footprints”, um blues menor em 6/4 de Shorter.

The Complete Bitches Brew – Columbia

Esse album dá início a  fase eletrônica de Miles Davis, iniciando o processo de fusão conhecido como Jazz Rock. Gravado entre agosto de 1969 e fevereiro de 1970 com a participação dos músicos Wayne Shorter (sax), Herbie Hancock, Chic Corea, Joe Zawinul (teclados), Dave Holand (baixo) e John McLaughlin (guitarra), foi produzido por Teo Macero.

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